Casta originária da França, mais precisamente da
região de Bordeaux. Esta casta foi levada para o Loire no século XVII pelo
famoso Cardeal Richelieu, que a plantou na abadia de St. Nicolas de Bourgueil.
Pouca gente sabe, mas a Cabernet Franc é a cabernet original. A famosa Cabernet
Sauvignon surgiu depois, através de um clone entre a Cab. Franc e a Sauvignon
Blanc.
Hoje em dia, a Cabernet Franc é vista como uma uva secundária que entra no
corte bordalês e que se presta apenas para dar volume, cor e alguns aromas mais
escuros e velhos. Isso é irreal e injusto. Ela não possui a potência e a
agressividade da Cabernet Sauvignon, nem a elegância da Merlot, mas ela é
deliciosamente redonda e suave com aromas defumados, terrosos e de frutas como
framboesa e groselha preta.
Características.
A Cabernet Franc se adapta em quase todas as regiões. É uma casta fácil de
cultivar. Pode ser cultivada tanto em regiões quentes como frias. Amadurece
cedo. Em Bordeaux, particularmente no Mèdoc, ela é conhecida como a casta da
segurança, da salvação. Isso porque, nos anos onde a safra de Cabernet
Sauvignon não se mostra boa, potente, a Cabernet Franc entra em maior
quantidade para “salvar” o ano, a safra.
Pode ser vinificada sozinha como no Loire, ou em corte, como em Bordeaux. As
castas mais comuns para o corte são: Cabernet Sauvignon, Merlot, Tempranillo,
Sangiovese e Ugni Blanc. Curiosamente, essa casta é responsável por excelentes
vinhos roses do novo mundo.
Apresenta cachos pequenos e de cor violeta profunda, os seus bagos também são
pequenos, redondos, delicados e de casta mais fina que a Cabernet Sauvignon.
Floresce e amadurece mais cedo. O excesso de frio produz vinhos pálidos e de
sabores pobres. O excesso de calor sobre amadurece a Cabernet Franc, provocando
sabores e aromas excessivamente herbáceos e vegetais.
Aromas
Folhas
Secas,
Frutas
passadas,
Groselha
Preta,
Ameixa
Preta,
Terrosos,
Funghi
Seco,
Madeira
velha.
Em linhas gerais, os aromas primários mais encontrados são: frutas vermelhas
(cassis, framboesa), frutas pretas (ameixa, groselha), florais (violeta),
especiarias (orégano, chá verde) outros (folhas secas, terra, chão de terra,
funghi seco, tabacco, madeira velha). Com o tempo de guarda, os melhores vinhos
podem apresentar: amadeirados (cedrinho, caixa de charutos), animal (couro
velho, suor), outros (frutas passadas, ervas, especiarias).
Na boca, a Cabernet Franc é menos ácida e tânica do que a Cabernet Sauvignon.
Seus vinhos são mais redondos, menos gordos, quase lembrando um Merlot. Possui
boa estrutura, intensidade, complexidade mediana e apresenta-se marcante,
apesar de seu corpo ser médio (na maioria das vezes). A passagem por madeira é
bem vinda desde que não destrua sua delicadeza, como uma Pinot Noir.
Ela pode originar alguns vinhos prontos para o consumo logo que são
engarrafados. Mas os melhores precisam de alguns anos para evoluir. Os vinhos
jovens devem ser consumidos até 05 anos. Os vinhos de guarda seguem a seguinte
linha: de 05 a 10 anos (Loire e Itália), de 07 a 20 anos (Bordeaux).
Principais Regiões.
Cultivada em poucos lugares, a Cabernet Franc apresenta o seu melhor na França,
mas também está presente em outros países. As melhores regiões são:
França,
Bordeaux – Se apresenta em corte, com destaque para os
vinhos da margem direita (Pomerol e St.Emilion). Referência máxima: Ch.Cheval
Blanc;
França,
Loire – Se apresenta varietal, com vinhos mais redondos,
harmoniosos e deliciosamente aromáticos. As melhores sub-regiões são: Chinon e
Bourgueil;
Itália,
Norte – Vinhos secos elegantes e delicados. Região do
Friuli;
Chile,
Maipo – Vinhos secos frescos e jovens;
Brasil,
Vale dos Vinhedos – Vinhos frágeis e difíceis mas que as vezes
surpreendem pela qualidade. Melhores produtores são: Valduga e Don Giovanni.
Grandes Cabernets Franc
Ch.Ausone;
Ch.de Beauregard; Ch.Belair; Ch.Canon; Ch.Cheval-Blanc; Ch.Figeac; Clos des Jacobins; Clos L’Eglise; Ch.L’Evangile; Ch.Haut-Bergey; Ch.Lafleur; Ch.Tour-Figeac; Philippe Alliet; |
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Bernard Baudry;
Ch.de Bonnevaux; Pierre-Jacques; Drüet; Charles Joguet; Ch.des Roches; Ch.de Villeneuve; Franz Haaz; Quintarelli; Russiz; San Leonardo; Schiopetto; Valdivieso. |
Compatibilização.
Devido a sua excelente complexidade aromática, a Cabernet Franc pode combinar
com inúmeras culinárias. Merecem destaque: Cozinha Árabe, Marroquina e Grega.
Além disso, ela harmoniza muito bem com Pizza, Lasagna, Frango e Calinha
Caipira.
Confira os vinhos degustados pela Confraria dos
Prazeres nesta reunião:
01 – Odfjell – Orzada Cabernet Franc 2003 (Chile) - Preço de referência:
R$86,00 (WS87)
02 – Clos de Danzay – Chinon 2003 (Loire) - Preço de referência: R$115,00
03 – Ch.de Lamarque 1999 (Bordeaux) - Preço de referência: R$160,00
04 – Ch.Haut-Bergey 2001 (Borbeaux, Pessac-Leognan) - Preço de referência:
R$240,00 (RP90)
05 – Angove’s – Shiraz (Austrália) - Preço de referência: R$45,00
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Até a próxima degustação!
Texto de André Monteiro. Editado e publicado por: Maicon F. Santos.
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