Alex Silva/AE
B de barato. O ‘Bordeaux’ estampado na cápsula não precisa significar
muito dinheiro
Não muito tempo atrás, jovens americanos amantes de vinho costumavam
caminhar para o bordeaux do mesmo modo que gerações de pretendentes a
conhecedores já haviam feito. Era a porta de entrada para o mundo maravilhoso
do vinho. Mas hoje esse entusiasmo se volta para as regiões de Borgonha e do
Loire, a Itália, a Espanha.
O bordeaux, para
muitos jovens entusiastas, é algo careta e pouco atraente, um vinho para
colecionadores e investidores que buscam mais status que o prazer da taça.
"Não conheço muita gente que goste ou beba bordeaux", diz Cory
Cartwright, 30 anos, da Seletion Massale, importadora de San José, na
Califórnia, que trabalha com pequenos produtores. Paul Grieco, um dos donos do
restaurante Hearth e de dois inovadores bares de vinho, Terroir e Terroir
Tribeca, todos em Manhattan, afirma: "Nos últimos 15 anos, não vi nenhum
jovem sommelier ‘caçador’ de bordeaux".
Muitos jovens estão
preferindo os borgonhas. Uma das explicações para a mudança de gosto é que,
diferentemente dos bordeaux, muitos deles produzidos por grandes corporações e
proprietários ausentes, os borgonhas são basicamente pequenos produtores, com
os quais é mais fácil conversar e negociar.
Outra barreira
entre osbordeaux e os jovens é a ausência de um advogado carismático desses
vinhos. O público do crítico Robert Parker e outros defensores dos bordeaux
tende a ser mais velho e estável. "Minha geração, entre 30 e 50 anos, não
parece ter tido com os bordeaux o mesmo momento mágico que teve com os
borgonhas ou mesmo com os vinhos do Rhône", diz Laura Maniec, responsável
pelos vinhos de mais de 15 restaurantes do grupo B. R. Guest. / Tradução de
Roberto Muniz
Eric Asimov é crítico de vinhos do
'New York Times'
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