sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Fascínio e maldição marcam o lendário diamante “Regente”

Impossível não se encantar com um diamante, gema que parece hipnotizar quem o admira. Na Índia são considerados sagrados. E é lá que se inicia a história do “Regente”, um dos diamantes mais cobiçados do mundo, cravejada de roubo, ganância, maldição e esplendor.


Quando pensamos em gemas, automaticamente nos remetemos ao universo dos diamantes, por todo fascínio e beleza que eles exercem. Dados concretos sobre quando e onde foram descobertos pela primeira vez não existem, mas a Índia foi o berço do seu descobrimento e relação com o homem. Não por acaso, a Índia é o local de uma das minas mais famosas de diamantes, a mina de Golconda, que deve a sua fama aos excepcionais exemplares lá encontrados. Entre eles, podemos destacar o diamante nomeado “Regente”, não apenas por sua beleza e raridade, mas pela história repleta de lendas, cobiça e disputas que carrega.
Em estado bruto, o “Regente” pesava 410 quilates, um dos últimos exemplares nesse porte encontrados na Índia. O escravo responsável pela sua descoberta, ciente do valor e raridade do diamante, provocou um ferimento na própria perna e escondeu a gema entre a sua carne, sangue e bandagens, para conseguir fugir do local com o tesouro.

Ao chegar a um navio inglês, contou o segredo ao capitão da embarcação e ofereceu metade do valor do diamante em uma futura negociação, em troca de ser levado com segurança a outro país. Motivado pela cobiça, o capitão assassinou o escravo e vendeu a gema a um comerciante indiano. Diz a lenda que, após a negociação, tal capitão perdeu todo o dinheiro conquistado com o “Regente” com mulheres e jogos e enforcou-se, movido pelo remorso.
A cultura indiana é rica em crenças e lendas e de acordo com a tradição todas as gemas encontradas em Golconda eram sagradas. Devido ao fato do “Regente” ter sido extraído de Golconda por meio de um furto, muitos consideravam a gema amaldiçoada e o comerciante indiano apenas conseguiu vendê-la por um valor bem abaixo do mercado, para um governador inglês, conhecido como Thomas Pitt. Após a aquisição, o governador enviou a gema para lapidação, que durou mais de dois anos. Após o processo, o diamante que pesava 410 quilates, passou a 140,50 quilates, uma grande perda em relação ao estado bruto da gema, na busca de exaltar a sua beleza.

Em 1723, o “Regente” foi adquirido por Luis XV e cravado na coroa, para a cerimônia de coroação, o que o tornou o diamante mais importante da coroa francesa.
O final do século XVIII é marcado pela Revolução Francesa, colocando fim a extravagância da corte, que sofreu diversos roubos e perdeu a maioria das joias. No século XIX, Napoleão Bonaparte conseguiu recuperar grande parte das joias roubadas e deu atenção especial ao “Regente”: ordenou que o diamante fosse cravado no cabo de sua espada, como símbolo de suas vitórias.

Histórias como essa nos permite compreender melhor a forte ligação entre os homens e os diamantes. As joias, em particular os diamantes, são objetos atemporais, símbolos emocionais e afetivos, que fazem parte e representam a trajetória da humanidade. Atualmente, o “Regente” está exposto no Museu do Louvre, em Paris.

Por Gharimpeira Joias Design 


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