Quando pensamos em gemas,
automaticamente nos remetemos ao universo dos diamantes, por todo fascínio e
beleza que eles exercem. Dados concretos sobre quando e onde foram descobertos
pela primeira vez não existem, mas a Índia foi o berço do seu descobrimento e
relação com o homem. Não por acaso, a Índia é o local de uma das minas mais
famosas de diamantes, a mina de Golconda, que deve a sua fama aos excepcionais
exemplares lá encontrados. Entre eles, podemos destacar o diamante nomeado
“Regente”, não apenas por sua beleza e raridade, mas pela história repleta de
lendas, cobiça e disputas que carrega.
Em estado bruto, o “Regente” pesava
410 quilates, um dos últimos exemplares nesse porte encontrados na Índia. O
escravo responsável pela sua descoberta, ciente do valor e raridade do
diamante, provocou um ferimento na própria perna e escondeu a gema entre a sua
carne, sangue e bandagens, para conseguir fugir do local com o tesouro.
Ao chegar a um navio inglês, contou o
segredo ao capitão da embarcação e ofereceu metade do valor do diamante em uma
futura negociação, em troca de ser levado com segurança a outro país. Motivado
pela cobiça, o capitão assassinou o escravo e vendeu a gema a um comerciante
indiano. Diz a lenda que, após a negociação, tal capitão perdeu todo o dinheiro
conquistado com o “Regente” com mulheres e jogos e enforcou-se, movido pelo
remorso.
A cultura indiana é rica em crenças e
lendas e de acordo com a tradição todas as gemas encontradas em Golconda eram
sagradas. Devido ao fato do “Regente” ter sido extraído de Golconda por meio de
um furto, muitos consideravam a gema amaldiçoada e o comerciante indiano apenas
conseguiu vendê-la por um valor bem abaixo do mercado, para um governador
inglês, conhecido como Thomas Pitt. Após a aquisição, o governador enviou a
gema para lapidação, que durou mais de dois anos. Após o processo, o diamante
que pesava 410 quilates, passou a 140,50 quilates, uma grande perda em relação
ao estado bruto da gema, na busca de exaltar a sua beleza.
Em 1723, o “Regente” foi adquirido
por Luis XV e cravado na coroa, para a cerimônia de coroação, o que o tornou o
diamante mais importante da coroa francesa.
O final do século XVIII é marcado
pela Revolução Francesa, colocando fim a extravagância da corte, que sofreu
diversos roubos e perdeu a maioria das joias. No século XIX, Napoleão Bonaparte
conseguiu recuperar grande parte das joias roubadas e deu atenção especial ao
“Regente”: ordenou que o diamante fosse cravado no cabo de sua espada, como
símbolo de suas vitórias.
Histórias como essa nos permite
compreender melhor a forte ligação entre os homens e os diamantes. As joias, em
particular os diamantes, são objetos atemporais, símbolos emocionais e
afetivos, que fazem parte e representam a trajetória da humanidade. Atualmente,
o “Regente” está exposto no Museu do Louvre, em Paris.
Por Gharimpeira Joias Design
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