quinta-feira, 5 de abril de 2012

Lago di Garda - Itália


No norte da Itália, na região da Lombardia, está a Província da Brescia, com seu enorme lago. Os alemães, seus turistas mais assíduos, o chamam de Reiff am Gartsee. Durante o ano todo, o Lago di Garda atrai milhares de turistas, principalmente no verão, por sua atmosfera de balneário mediterrâneo quase na fronteira com a Suíça, no extremo norte do país.
Ao redor do lago desenvolveram-se dezenas de pequenas vilas, e três delas recebem a nata do turismo regional - Moniga del Garda (Múniga), Padenghe sur Garda e Desenzano del Garda. A água do lago tem uma incomum tonalidade verde esmeralda, palco de esportes náuticos variados. Em uma manhã luminosa de sábado ventava muito forte, a superfície do lago estava encapelada e ondas chegavam à beira do lago. Velejadores aproveitavam e iam rápido, e mesmo a distância via-se que iam muito rapidamente, windsurfers cortavam as águas e praticantes de kite surf voavam em manobras elaboradas. Ao fundo, embarcações iam e vinham na paisagem. Em dias sem vento, as pessoas vão ao lago para se banhar e tomar sol. Pequenas marinas ao longo da costa abrigam dezenas de pequenas embarcações de pequeno porte, como veleiros, catamarãs e traineiras.

A orla é a área mais movimentada, onde estão os bares, hotéis, pizzarias, restaurantes e quiosques. As pessoas vão e vem caminhando à beira do lago, sob a proteção da sombra das árvores. Restaurantes servem a típica culinária da Lombardia, deliciosamente suculenta e despretensiosa. Pescados do lago, ossubuco, risotos, e muitas pizzas. Toda a Lombardia tem uma produção expressiva de queijos, como o taleggio e o célebre grana padano.
O clima suave e o solo no entorno do lago são privilegiados para a produção de ótimos vinhos rosés. As uvas mais cultivadas são Sangiovese e Barbera, mas em todo o mundo só existem 500 hectares da rara e pouco conhecida variedade de uva Gropello, uma antiga casta autóctone (originária do local), que a exemplo de diversas outras, por alguma razão caiu em desuso e quase se extinguiu. O mesmo se passou com a variedade Marzemino. Recuperadas, hoje ambas são uvas cada vez mais representativas da viticultura da Lombardia, notadamente pelas mãos de Mattia Vezolla, enólogo chefe da Costaripa, uma das mais conceituadas vinícolas italianas, uma das personalidades de maior destaque no cenário da atual enologia do país. Vezolla produz espumantes, brancos, rosés e tintos de grande tipicidade - como ele mesmo afirma “vinhos de território”, a partir de idéias muito próprias a respeito de seus vinhedos. “Se você destina suas melhores uvas tintas à produção de rosés, poderá obter um vinho de qualidade, porém será somente um vinho de estação. Mas se você trabalha seu vinhedo pensando na produção de roses, poderá obter um vinho expressivo, “de território”, que além de sua boa qualidade exprima a tipicidade da região”. Os rosés de Vezolla, notadamente o Rosamara, elegante, aromático e complexo, alcançam as mais altas pontuações em concursos mundiais. Há poucos meses, o Rosamara ganhou o prêmio de melhor vinho rosé do mundo.
Nos arredores do grande lago, a atmosfera é mediterrânea, embora estejamos aos pés dos Alpes italianos. Ao nascer do sol, a superfície parece incendiada refletindo as cores quentes do amanhecer. Durante o dia, as águas exibem sua característica cor esmeralda, e ao cair da tarde, o verde cede lugar a uma discreta tonalidade de azul pálido, encerrando o espetáculo de cores diário do Garda.
Fonte: Revista Elite Luxury

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